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A Elphaba...

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domingo, 11 de agosto de 2013
Sinopse:
Mari Sinclair sabe que chegou o momento de pôr um fim na sua carreira como espia inglesa quando consegue evitar um encontro com a morte. Infelizmente, há os que pensam de outra forma e que não têm escrúpulos em usar a chantagem para manter Mari em missão.
Para garantir que ela completa e sobrevive a uma última missão, é destacado um guardião, o major Bennet Prestwood. Mas Mari está furiosa, pois, além de ter este homem à força na sua vida, ele é demasiado dedicado, inflexível, e muitíssimo atraente.
Mas, face aos segredos negros e traições mortais, o verdadeiro perigo para Mari é aos poucos revelado e o leal Bennet percebe que, para salvar e conquistar esta mulher extraordinária, terá de fazer o impensável e quebrar as regras, que a paixão e o desejo de repente mudam irrevogavelmente.

Às vezes arrisco. Sem ler críticas/opiniões ou sem um segundo olhar atento para uma sinopse, vejo uma capa e decido que quero ler um livro. Felizmente, muitas das vezes, surpreendo-me pela positiva como aconteceu com Um Segredo no Seu Beijo.
Categorizada como uma narrativa sensual, a história de Anna Randol cumpre os predicados deste género de forma eficaz, ainda que breve, através de descrições repletas de paixão e ao mesmo tempo, para minha satisfação, faz um relato de época maravilhoso para leigos, como eu, de uma tão conturbada como peculiar Constantinopla no início do século XIX – 100 anos antes da sua queda em 1922.

Tendo como pano de fundo estratégias militares, este livro desenvolve a sua faceta mais romântica entre um major, ansioso por regressar a casa, e uma espia à força ao serviço reino inglês, que apenas desejava travar uma luta de cariz pessoal. Quando se conhece, este par estabelece uma relação por interesse, no entanto, esta deixa-os rapidamente presos a uma atracção irresistível, e quando perigo parece começar a ceifar vidas é tempo de domar o inoportuno, o impossível, em tempos de guerra.

Gostei de todas as personagens deste livro, tanto das que merecem lugar de destaque como das que intervêm de forma secundária, pois todas elas desempenham e representam um papel fundamental nesta ficção que retrata, levemente, uma parte da história que me era desconhecida.
Mari Sinclair, a protagonista deste enredo, cometeu o erro de dar a conhecer as suas maravilhosas capacidades artísticas onde, por vezes, por detrás de cada insecto desenhado para estudo futuro, escondia informação tão valiosa quanto sigilosa para derrubar as forças rebeldes. Corajosa, forte e perspicaz, esta jovem mulher cresceu abruptamente após a morte da sua mãe, que era apoiante dos rebeldes gregos, pelo que foi obrigada a gerir um lar nesta terra dominada por homens, numa terra onde predomina a cultura muçulmana.  
Major Bennet Prestwood, por seu lado, é o típico militar inglês, repleto de honra e princípios, que age sempre em nome da pátria amada. Descontente por ser destacado numa última missão, como protector de uma jovem que julga inconsequente, este irá surpreender-se de forma constante ao longo do texto, enquanto descobre uma nova cultura, se envolve em estratégias/conflitos que não são seus e descobre que o amor pode existir mesmo por detrás de toda a dor que conheceu anteriormente.
Ou seja, Mari e Bannet são um casal interessante devido às suas diferenças e conflitos, estabelecendo uma espécie de amor ódio que oferece laivos de humor à narrativa, e na forma como se descobrem, em segredo do próprio par, por observação, algo que combate o cliché habitual e que atenua a previsibilidade desta união.

Quanto aos restantes intervenientes e temas que estes permitem abordar, gostei particularmente de Achilla, a empregada/amiga de Mari neste país estranho, que não só a educou culturalmente como permite ao leitor ter uma noção da escravatura da época. Também o pai da protagonista merece destaque, como viciado em ópio, ele mostra uma visão bastante realista dos efeitos desta droga de outros tempos e, é importante citar ainda, Esad Pasha, como o próprio título indica um Pasha que tem Mari sob sua protecção mas que é fiel às lutas que esta combate.

Como já dei entender, este livro é igualmente interessante por tudo o que trata em torno do Império Otomano e a sua força na Europa Ocidental em crescimento. Ainda que não seja explorada forma profunda, é permitido ao leitor compreender um pouco da diplomacia levada a cabo pela Inglaterra e, da mesma forma, os jogos de poder que eram levados a cabo com os rebeldes da época. Desta feita, o embaixador Daller é uma personagem pertinente, assim como Talad, um outro muçulmano rico, ávido por poder, que acaba por ter um papel fundamental nesta história que está, muito além, de um simples romance.

Depois do tudo o que já disse, não posso deixar ainda de vos falar das diversas descrições que vamos encontrando, em que, atendendo ao facto de este ser um livro pequeno - com 356 páginas -, a autora esmerou-se para dar a ver tudo o que é importante de uma forma simples mas bastante sólida. Dos campos idílicos onde Mari desenha, à cidade efervescente que nos faz sentir em pleno Médio Oriente, há espaço ainda para conhecermos como funcionam quartéis de rebeldes com as suas torturas macabras, a opulência excêntrica típica dos ingleses na embaixada local e, até, um pouco das consequências/retratos de batalha por onde Bennet passou, o que é bastante enriquecedor para uma obra que não deixa de ter uma índole fortemente emocional.


Em suma, este é um romance sensual belíssimo, não só pela bonita história que desenvolve entre o casal principal como por tudo o resto que oferece, marcando pela diferença através de uma abordagem pouco habitual neste género que surpreenderá as fãs deste género literário.

Anna Randol tem uma escrita bastante agradável, em que intercala bem momentos mais descritivos com a acção, e sabe causar surpresa até ao final, mantendo assim o suspense durante todo o folhear.
É particularmente cuidada ao descrever as emoções das personagens, tendo em conta a influência do passado no carácter actual dos intervenientes e, da mesma forma, foi atenciosa ao narrar os cenários em que se desenvolve todo o enredo para que nada seja deixado ao acaso.

Pessoalmente, este foi uma estreia bastante positiva com uma autora a que irei, doravante, manter-me atenta. Como já sabem, eu sou uma leitora de pormenores e, nesse ponto, tenho de dar cinco estrelas Anna, que a meu ver cumpriu todos os requisitos aliados a um final emocionante. 

Esta é uma boa aposta Planeta Manuscrito que eu recomendo, sem restrições, às leitoras de romances de época ou, até mesmo, às de livros históricos que procurem algo leve e ficcional para boas horas de distracção.


Título: Um Segredo no Seu Beijo
Autora: Anna Randol
Género: Romance de Época



2 comentários :

Maria disse...

Olá!

Excelente opinião, ainda fiquei mais curiosa!

Boas leituras!

Elphaba disse...

Obrigado Maria!
Como disse, o livro surpreendeu-me muito pela positiva. Acho que é uma excelente aposta para quem gosta de romances sensuais de época, com a mais valia de conter muita informação histórica.

Boas leituras * Beijinho

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