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A Elphaba...

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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Sinopse:
Côte d`Azur, 1998. Émilie lutou sempre contra o seu passado aristocrático. Agora, com a morte da mãe, é obrigada a confrontá-lo pois é a única herdeira do imponente castelo da família. Mas com a casa vem uma pesada dívida e muitas interrogações: qual era a finalidade do quarto secreto que descobre por baixo da adega? Quem é a misteriosa Sophia, que assina um comovente caderno de poemas? Quem foram os protagonistas da trágica paixão que mudou o curso da história da família?  
Londres, 1943. Em plena Segunda Guerra Mundial, a inexperiente Constance Carruthers é recrutada pelos serviços de espionagem britânicos e enviada para Paris. Um incidente separa-a do seu contacto na Resistência Francesa, obrigando-a a refugiar-se junto de uma família aristocrata que entretém membros da elite de Hitler ao mesmo tempo que conspira para libertar o país. Numa cidade repleta de espiões e no auge da ocupação nazi, Constance vai ter de decidir a quem confiar o seu coração. 
Constance e Émilie estão separadas por meio século mas unidas por laços que resistiram à força demolidora do tempo. Os segredos que o passado encerra pulsam ainda em busca de redenção.

Quem teve a oportunidade de folhear anteriormente Lucinda Riley conhecerá, certamente, o talento magistral desta autora para contar histórias que mesclam o passado com presente, histórias com personagens imperfeitas que se vão descobrindo página a página, permitindo-nos vê-las florescer com a sua coragem. São histórias plenas de emoção que retratam verdades cruas através da ficção.
Uma Espia no Meu Passado é, tal como A Menina na Falésia, uma narrativa arrebatadora feita de segredos e laços intemporais, através de uma escrita cuidada, de beleza rara, que nos conquista com a sua tensão crescente, que nos prende aos seus afectos e à sua dor. Lindíssimo.

Em 1998, na actualidade, conhecemos uma das duas protagonistas desta obra, Émilie. Aprisionada num conflito de valores, esta jovem mulher pertencente à aristocracia encontra-se dividida entre sustentar, reerguer, a propriedade deixada pela morte da sua mãe ou continuar com a sua vida como tem sido até ao momento, feita de escolhas suas, do caminho que ela própria se viu obrigada a traçar para si. Neste sentido, temos uma personagem principal emocionalmente fragilizada que nem sempre tomará as opções mais assertivas aos olhos do leitor, mesmo que destas dependam a vida de terceiros que, a pouco e pouco, veremos começarem a fazer parte do seu coração.
No que respeita a intervenientes secundários neste espaço temporal, é imprescindível para mim referir Sebastian, Anton e Alex, três vidas absolutamente diferentes que desempenham papéis fundamentais. Considerei Sebastian como a única falha da autora neste livro, isto porque foi-me fácil prever o seu carácter nas suas primeiras intervenções mas, no entanto, sei que este representa alguém com perturbações graves que podem passar despercebidas entre os seus pares, pessoas a que todos deveríamos prestar atenção. Quanto a Alex e Anton, um dos dois marcará pela sua coragem face às adversidades e o outro pela sua inocência, em conjunto espelham questões como a exclusão social, sendo o primeiro dos dois nomes referidos inspirador, tal como tantos outros que deixarei por citar.

Já no passado, no ano de 1943, temos o prazer de conhecer Constance, um exemplo do que muitas mulheres foram obrigadas a ultrapassar durante a Segunda Guerra Mundial. Na representação deste momento histórico a autora está, na minha opinião, no seu melhor, abordando as dificuldades que mutilaram inúmeras vidas, relembrando os seus sonhos destruídos e, igualmente, as transformações que tantos outras existências sofreram e que não sabiam ser capazes de alcançar e ultrapassar. A protagonista passa por tudo aquilo que acabei de referir e, creio, que é com verdadeiro prazer que quem lê irá verificar o nascimento de uma nova mulher. Com o marido em lugar indeterminado e acabando por ficar alistada como espia Resistência Francesa, esta dá-nos a conhecer os seus medos e incertezas, o maravilhoso sabor das pequenas conquistas e, principalmente, o sangue frio necessário para se sobreviver nas condições adversas em que se irá encontrar.
Também neste momento da acção é crucial a existência de personagens secundárias e é só graças às mesmas que mergulhamos tão profundamente neste texto. Sophia, pelas suas limitações, é um interveniente do qual facilmente nos compadecemos, ela traz luz, vida a este texto quando toda a Europa se encontrava coberta de fuligem. Frederik e Falk, dois lados de uma mesma moeda, recordam as dificuldades de se estar do lado errado de uma facção e do quão diferentes podem ser dois seres humanos com a mesmas criação - uma analogia interessante por ser comum a duas outras personagens da actualidade - e, ainda, Édouard e Venetia, que encantam com a sua bravura, representando os muitos que arriscaram as suas vidas para salvar uma vida que fosse, uma que sem culpa merecia continuar a respirar.

Embora tenha, nos parágrafos anteriores, citado algumas das problemáticas relevantes - às quais poderia acrescentar adopção, alguns abusos psicológicos e a privação de necessidades primárias que existiram durante a Guerra -, gostaria de me debruçar igualmente sobre as questões afectivas que tantas vezes são o guia em situações extremas. Neste sentido, segredos, nos quais Lucinda é mestra, todas as questões em torno da família e as relações que se foram estabelecendo até ao final são, desta feita, dignas de um esmero perfeccionista e, definitivamente, tornam esta narrativa já por si só, devido à sua temática, ainda mais intensa e com uma carga emocional muito forte, que me fez verter algumas lágrimas.


Embora estejamos perante duas histórias distintas, assim como os seus cenários e, consecutivamente, as muitas descrições que podemos apreciar, fiquei encantada com a naturalidade com que mais tarde estas cruzam, trazendo um novo ímpeto à leitura e, como tal, é importante citar um delicioso caderno de poemas rico e singular devido ao seu papel pertinente ao texto por motivos variados - vão adora-lo pois é, entre tantos pormenores, aquele que realmente merece destaque.

Somatizando, este é um livro que chega a um público diversificado, pelos dois tipos de narrativa que apresenta, e que fará com toda a certeza as delícias de quem gostar de romances vividos em qualquer época, romances onde exista drama, paixão e perda, romances muito pouco fabulados e, ainda assim, extremamente belos pela simplicidade e pela verdade que nos contam em cada linha.

Sinceramente, eu gostei muito deste livro e acho importantíssimo que se leia, mais e mais, independentemente da veracidade, sobre a Segunda Guerra, afinal de contas esta não chega, sequer, a ser centenária e em toda a parte parece esquecida. Quem a viveu e padeceu, bem como os que a ultrapassaram para nos recordar a calamidade, merecem ser prestigiados de forma constante e Lucinda Riley fá-lo de uma forma encantadora e minuciosa.

Este livro é uma aposta da ASA que eu recomendo sem qualquer tipo de restrição, com a certeza de que tocará muitos corações.

Da Mesma Autora



A Menina na Falésia (Opinião)









Título: Uma Espia no Meu Passado
Autora: Lucinda Riley
Género: Romance, Romance de Época
Editora: ASA
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