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A Elphaba...

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sinopse:
Dez dias antes do casamento, Poppy perde o anel de noivado. Desesperada, Poppy começa a telefonar a toda a gente para pedir ajuda e alguém lhe arranca o telemóvel da mão! Também o roubaram! Como irão agora avisá-la se encontrarem o anel? E, imediatamente, Poppy vê um telemóvel num caixote do lixo, um telemóvel abandonado de que ela precisa urgentemente. Poppy dá o seu novo número a todos os amigos e também atende as chamadas recebidas e lê as mensagens endereçadas à anterior proprietária, a secretária (que acaba de se demitir) de Sam Roxton, um empresário importante. Enquanto continua à procura do anel, Poppy mantem-se em contacto com Sam Roxton, o novo proprietário do telefone. Sam vai deixá-la ficar com o aparelho, desde que ela lhe reencaminhe todas as mensagens que receber, mas às vezes Poppy responde por Sam em assuntos profissionais e também pessoais. Não se contém. Sam também começa a opinar sobre a vida de Poppy, o seu casamento, sobre os sogros e até sobre o noivo, que talvez, não seja tão maravilhoso como ela pensava.

Tendo em conta o facto de já ter visto um filme baseado num livro de Sophie Kinsella, é certo que já estava preparada para os ingredientes do divertido enredo desta autora mas, confesso-vos, ler Tenho o Teu Número foi exponencialmente melhor e superou todas as minhas expectativas.

Existirá algo mais complicado que o amor? Certamente que sim, mas esta não deixa de ser uma das questões mais pertinentes exploradas em romances, independentemente do seu género. Complexo, quer seja eterno ou fugaz, em algum momento este sentimento toca-nos a todos e vira o nosso mundo ao contrário. Há casos em que ficamos doentes e noutros faz-nos cometer as loucuras mais insanas, é uma guerra interior em que vale tudo e que pode fazer tudo mudar em nosso redor – que o diga a protagonista desta história, uma vitamina para animar o dia de qualquer leitor.

Uma festa que acaba em tragédia, um casamento tremido a aproximar-se e a incerteza de um “felizes para sempre” são os ingredientes secretos desta comédia romântica contemporânea que, num ou outro momento, será um espelho para quem lê. Por outro lado, ser-se salvo por um telemóvel apanhado no lixo, cantar, de forma deturpada, o tema Single Ladies no átrio de um hotel de luxo repleto chineses e o misterioso, desesperante, desaparecimento de um anel valiosíssimo de família são, certamente, acontecimentos que só poderiam fazer parte da vida da ficcional Poppy que, em poucas horas, vê ruir o seu universo encantado rumo a um futuro próximo onde reinam as dores de cabeça e perguntas existenciais, intercaladas com momentos loucos que oscilam entre o divertimento puro e o fim do mundo.
Sim, Poppy tem o número de Sam e dará um pedaço de si para o manter por perto, mesmo que desde então tudo possa acontecer.

Uma protagonista excelente só poderia ser acompanhada de personagens secundárias de luxo e, para mim, ninguém é mais atractivo que Sam Roxtonque homem! Lindo e poderoso, seguro de si e extremamente duro, ele é o aposto de Poppy e, claro, de forma deliciosa e previsível eles só poderiam terminar, repetitivamente, a chocar e a serem atraídos um para o outro – muito bom.
Por incrível que pareça Magnus, o noivo, também é o contrário de Poppy – ela tem jeito para escolher homens – e é igualmente interessante, só que infelizmente de uma forma que não combina, de uma forma estranha que acaba por apagar um pouco da vida do grande tornado que a personagem principal caracteriza.

Homens à parte, ainda que existam mais e relativamente atractivos à sua maneira, como o pai de Magnus ou alguns colegas de Sam, quem tenho mesmo que destacar são as mulheres da vida de Poppy. E que mulheres, terríveis umas com as outras! Da invejosa à entusiasta, passando pela irritante organizadora do seu casamento, a namorada possessiva e a petulante mãe do noivo, só mesmo alguém com a ginástica mental de Poppy para sobreviver aos dias hilariantes descritos nestas páginas.

Quanto a pormenores do enredo, este vai crescendo e adensando-se com os desenvolvimentos que ocorrem em catadupa – ainda estou pasmada com tudo o que acontece por causa de um anel. Gostei muito das reviravoltas, fui inclusivamente surpreendida mais que uma vez, e mais para o final fiquei estupefacta com tudo o que aconteceu em tão pouco tempo e de forma tão natural. Embora não exista nada de mágico, exceptuando a forma como a autora trata os afectos, creio que este livro é singular por nos levar a pensar na nossa vida e nas pessoas, aqui ampliadas para o que de melhor e pior têm para oferecer.

Últimas notas para o segredo em torno do anel e, posteriormente, para o drama na empresa de Sam, dois pontos positivos, assim como para a abordagem à intimidade deste homem através de um amigo de infância. Quanto a Poppy, teve momentos em que me apeteceu sacudi-la mas, de um modo geral, adoptava por um abraço reconfortante e partilha de baldes de gelado – tu és grande miúda!


Em suma, uma história que me entreteve completamente e que literalmente devorei – 400 páginas num dia e souberam a pouco. 
Sou suspeita, gosto destes livros, livros que fazem uma caricatura do quotidiano, recordam valores e me divertem, livros fáceis e leves e, nem por isso, menos especiais para dar cor às nossas vidas.

Quanto à escrita de Sophie Kinsella, a autora aposta em diálogos comuns e descrições breves, reproduzindo os nossos melhores e mais escondidos pensamentos, exteriorizando aquilo que poucos ousam expor por palavras.
Ao longo da obra, o leitor encontra também mensagens de texto e de correio electrónico, o que impulsiona o virar de páginas, em contraste com personalidades cuidadas e primor para falar de sentimentos. Muitas vezes é dito muito em poucas palavras e outras tantas, no entanto, a narração é lenta e desorientada, como a própria personagem principal, para chegarmos a conclusões mais profundas.

Pessoalmente, adorei o espírito de Poppy, a sua maneira desvariada de ver o mundo e encontrei-me na sua vulnerabilidade, que faz parte e é tão credível. É uma autora que, sem dúvida alguma, desejo voltar a ler.

Esta é mais uma magnífica obra publicada pela Quinta Essência, que se enquadra na perfeição no seu catálogo e que fará as delicias de adeptas de romances descontraídos e repletos de humor. Aconselho vivamente.


Título: Tenho o Teu Número
Autora: Sophie Kinsella
Género: Comédia; Romance



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