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quarta-feira, 12 de março de 2014

Sinopse:
Outrora conhecida como a costa ocidental dos Estados Unidos, a República é agora uma nação em guerra permanente com as vizinhas, as Colónias.
Nascida numa família de elite num dos distritos mais abastados da República, June, aos quinze anos, é um prodígio militar. Obediente, entusiasmada e dedicada ao seu país, está a ser aperfeiçoada para fazer parte dos círculos mais elevados da República.
Nascido num dos bairros de lata do Setor Lake da República, Day, também com quinze anos, é o criminoso mais procurado da República. Mas talvez os seus motivos não sejam tão maliciosos quanto parecem.
Pertencendo a mundos muito diferentes, não há motivo algum para que os caminhos de June e Day se cruzem - até ao dia em que o irmão de June, Metias, é assassinado, e Day se torna o principal suspeito. Agora, apanhado no derradeiro jogo do gato e do rato, Day corre pela sobrevivência da sua família, enquanto June tenta desesperadamente vingar a morte do irmão. Contudo, numa reviravolta chocante, os dois descobrem a verdade daquilo que verdadeiramente os levou a encontrarem-se, e a que ponto a nação de ambos está disposta a chegar para manter os seus segredos.

Não é usual mas por vezes acontece. Mesmo antes de saber que este livro ia ser publicado em português eu já andava a namora-lo e quando soube que iria ser publicado pela 1001 Mundos, ASA, nem queria acreditar! Muito bom.
Legend é a típica distopia futurista em todas as suas acepções, com um par de protagonistas bem construído, forte e apelativo, com um enredo tão chocante quanto tocante e com uma boa dose de mistérios que captam a atenção do leitor até ao final, fazendo com este deseje imediatamente ter na sua posse o próximo livro da trilogia.

Num universo devastado pela guerra e pela peste, dois jovens de facções opostas e realidades distintas vivem e sobrevivem guiados por leis diferentes. Enquanto um deles foi treinado para defender ideais embutidos, os únicos que conhece, o outro, calejado pelas duras leis da rua, subsiste armado pela esperança de ver nascer um novo dia, subsiste pelos seus actos ousados e desiguais que marcam os mais desfavorecidos. 
Por obra do destino, caprichoso, June e Day não poderiam encontrar-se por motivos mais dissonantes. Quando ele se arrisca para salvar uma vida, ela fará tudo para singrar no que esperam de si e vingar a morte de quem lhe era mais querido. E, mais tarde, quando o desconhecido lhes apresentar a amizade e posteriormente o sabor do ódio, estes jovens darão por si unidos pelas sementes da incerteza germinadas por uma República demasiado perfeita e, ao mesmo tempo, demasiado maculada que porá à prova a sobrevivência de ambos.
Uma coisa é certa, nada é o que parece e com o passar tempo o que está mal pode sempre piorar e, com o decorrer da história, as perspectivas de June e Day nunca mais serão as mesmas.

Com maior ou menor grau de entusiasmo, este é o género de leitura que me assenta como uma luva, que me seduz facilmente e que termina sempre preenchendo-me as medidas. Dos seus intervenientes às múltiplas singularidades, muitos foram os motivos que me fizeram desejar saber mais desta narrativa que decorre no ano de 2130, ano em que o homem pagava um preço demasiado elevado, ou não, pelos seus erros no passado.

Começando pelos protagonistas da ficção, considerei-os bastante equilibrados tanto no que respeita a qualidades como defeitos e, mais importante, um todo que funciona na perfeição estando junto ou separado. June, um prodígio treinado para as forças militares da República, é toda ela honra e coragem, com um misto de audácia, ao desafiar as autoridades, e inocência ao estar isolada da realidade. Ao longo do livro, é fascinante ver como as suas emoções a despertam para a verdade a partir de dois momentos marcantes, a morte do seu irmão e o encontro de Day que, por sua vez, tem muito em comum com a Miss Iparis. Este jovem, marcado pelas dificuldades de não ter um lar e afastado da sua família, é o lado mais cru desta sociedade desolada. Igualmente arrojado, ele é procurado pelas autoridades e dá a vida por aquilo em que acredita, principalmente para defender os da sua estima e causar dano nos responsáveis pelo extremismo que ceifa vida atrás de vida.
Eles são dois heróis juvenis que cresceram demasiado depressa num mundo destruído e unidos são magníficos, são uma promessa de tudo o que esta trilogia tem para oferecer.

No que respeita a personagens secundárias, foram várias as que pontuaram o texto tornando-o mais interessante, quer pela positiva ou pela negativa. Todavia, para lá da família de Day, do irmão de June ou da curiosa Kaeve, merecem destaque Tess e Thomas, duas existências desiguais mas que mostram bem o quão caprichoso pode ser o destino dependendo da sorte de cada um. Tess é uma rapariguita pobre a cuidado e companhia de Day, que nos mostra a miséria, o medo e as algumas das dificuldades a que estão sujeitos os desfavorecidos, alguém que não tem nada mas que nem por isso perde a boa índole, enquanto Thomas é uma caixinha de surpresas fundamental para o enredo que, certamente, terão imenso prazer em descobrir por vocês mesmos.

Para lá do delicioso núcleo de intervenientes, esta história é uma parábola às discrepâncias da nossa sociedade actual e uma crítica à desconhecida evolução da ciência, abrilhantada com amor, acção e mistério que suscitam a vontade de saber mais e mais sobre o seu futuro, sobre o que estará reservado na próxima página. Feita de contraste, o leitor poderá encontrar durante a narrativa contextos onde reina a morte e a carência em oposição à beleza estéril e ao progresso, num planeta embora se apresente bastante modificado em relação ao actual, tem traços e lugares comuns que conferem credibilidade ao cenário desolador.

Em relação a pormenores, gostei bastante das diversas facções apresentadas, os Patriotas, as Colónias e a República, sendo a última mais desenvolvida neste livro. O Elector Primo e a aura estranha que o circunda também suscitou a minha curiosidade e adorei o ambiente de rua, tenso, visível em momentos singulares como os combates Skiz ou no porta a porta cadenciado, marcado pela marcha dos militares em busca das vítimas de peste – não vos falei da peste, factor determinante e que, mais uma vez, creio que vos dará imenso prazer ler.


Em suma, embora este seja o primeiro livro da trilogia Legend não se fica pela introdução, muito pelo contrário, é pleno em acontecimentos marcantes, multiplicidade afectiva, segredos e revelações que conquistaram os fãs de distopias, com uma base de ficção científica futurista.

Quanto a Marie Lu e à sua escrita só tenho maravilhas para vos contar. Dos diálogos apelativos aos momentos introspectivos pertinentes, é com palavras cuidadas e precisas que a autora leva o leitor ao ritmo certo da trama. Os capítulos encontram-se distribuídos por ambos os protagonistas, existindo assim a possibilidade de conhecer as suas mentes e os dois universos explorados que, quer relativamente a cenários ou emoções, nos proporcionam a melhor percepção possível dos acontecimentos.
Definitivamente, uma narrativa bem construída e sólida que tem tudo para conquistar muito para além das páginas.

Pessoalmente, quanto mais reflicto sobre a minha leitura mais esta me apraz. Não dei pelo passar do tempo durante o folhear, senti-me plenamente envolvida no enredo e estou desejosa de saber o que se irá passar em seguida. Reafirmando o que disse anteriormente, tenho a certeza que esta narrativa ainda tem muito por explorar e acredito que vou continuar a surpreender-me muito.

Esta é uma aposta da colecção 1001 Mundos, pertencente à ASA, que contribuirá, certamente, para boas horas de entretenimento dos fãs deste género literário. Recomendo.


Título: Legend
Autora: Marie Lu
Género: Distopia; Ficção Científica; Romance; Young Adult


2 comentários :

Rosana Maia disse...

Confesso que estou sempre no "vai e não vai" de comprar este livro :)

Rosana
http://bloguinhasparadise.blogspot.pt/

Elphaba disse...

Eu gostei imenso Rosana e se gostas de distopias YA tenho a certeza que não te vais desiludir.

Beijinho & Boas leituras*

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