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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Sinopse:
A 21 de junho de 2007 Alexandra Kavanagh saiu de casa, falou com a vizinha, meteu-se no comboio, chegou à estação de Dalkey e desapareceu... Tom está destroçado. Não encontra a mulher, o seu mundo desmoronou e o seu único objetivo é localizá-la. Durante dezassete anos, Jane cuidou do filho Kurt, da excêntrica irmã Elle, e da rabugenta mãe Rose. A única pessoa de que não cuida é dela própria. Elle é artista e considerada um génio. Como tal, o seu comportamento um tanto errático é tolerado. Embora a sua vida pareça perfeita, a tristeza de Elle é por vezes profunda. Leslie perdeu toda a família para o cancro. Passou vinte anos à espera de morrer, mas após uma operação radical está determinada a viver de novo. Quatro meses depois do desaparecimento de Alexandra. Tom entra num elevador com Jane, Elle e Leslie para um concerto de Jack Lukeman. Uma hora mais tarde, os quatro desconhecidos saem de lá com as suas vidas entrelaçadas para sempre.


Com um traço muito singular para tocar afectos, Anna McPartlin faz-me sempre encontrar sem procurar algo belo e simultaneamente cru sobre a humanidade nas suas histórias, histórias compostas por personagens diversificadas e múltiplas temáticas sensíveis que tocam os seus leitores enquanto os faz reflectir sobre si mesmos.

Um Amor Perdido é, como próprio título e sinopse aludem, uma narrativa que nos conta como alguém pode lidar com a eventualidade de uma perda, com o desaparecimento de um grande amor. Mas, mais importante, esta é um narrativa sobre reviravoltas, sobre os encontros e desencontros da vida, de quatro existências em particular que se reúnem por acaso e que irão permanecer e marcar o destino umas das outras.

Embora o amor seja uma das componentes trabalhada de várias formas ao longo das páginas, o romance está longe de seguir as directrizes de um conto de fadas, o que poderá ser considerado como uma aproximação da autora à veracidade que caracteriza os seus enredos.
Relações fugazes e frustradas, ou apenas tentativas fracassadas de encontrar a felicidade, pontuam assim este texto que tem a perda como ponto de partida para o reencontro de nós mesmo. Sendo-nos mostrado, entre sorrisos, momentos loucos e algumas lágrimas, que as emoções entre pares estão distantes da perfeição, que a nossa humanidade nos faz errar mas que, da mesma forma, devemos ter esperança e perseverança de que existe e sempre existirá um caminho, uma escolha para encontrar o bem-estar e a alegria de se estar vivo.

A família é uma das problemáticas minuciosamente exploradas e que mais me fascinou na história. Neste sentido, Jane e Elle são particularmente interessantes, são duas irmãs muito distintas, que se aceitam na diferença e que se complementam no profissionalmente, apesar da disfuncionalidade muitas vezes visível no seu lar. Elle é uma artista completamente excêntrica e que vos irá divertir com o seu senso de humor, muitas vezes retorcido, enquanto Jane é uma mãe solteira prematura e uma mulher tão comum quanto especial, com uma sensibilidade tocante e que vive perdida nas suas alegrias e desilusões  é uma mulher em que muitas leitoras se poderão rever.
Este quadro só fica completo com Kurt, o filho de Jane, e Rose, a mãe das irmãs, pois também eles protagonizam momentos hilariantes ao mesmo tempo que alertam o leitor para a hormonal adolescência e a seriedade de questões como o alcoolismo e a depressão, respectivamente.

Uma das minhas figuras preferidas no texto é Leslie, ela é verdadeiramente inspiradora. Após momentos de fraqueza esta mulher madura desperta para a realidade e para um universo de oportunidades que nunca pensou vir a observar, tornando-se um exemplo de coragem. Também ela faz parte das quatro personagens que mudarão o seu destino graças a uma fatalidade e, por seu lado, é alguém que não só nos permite compreender a importância de uma verdadeira amizade, como reflectir sobre um drama comum dos nossos dias, o cancro.

Mais que um fio condutor entre intervenientes, o desaparecimento de alguém é o que marca Tom, o marido da ausente Alexandra. Através deste homem olhamos de frente a crueldade do desespero, a dormência deixada pela incerteza e o vazio do medo, emoções fortes que convergem com momentos mais alegres com o passar do tempo, com as emoções dúbias de quem quer seguir em frente mas está irremediavelmente preso ao passado.

Em suma, este livro é tão rico nas suas personagens como nas temáticas abordadas. Um livro que trabalha sentimentos em catadupa através de retratos marcantes e credíveis, sem que se perca a componente de entretenimento.

Anna McPartlin já não é uma novidade no catálogo Quinta Essência e ainda bem para os seus leitores, pois as suas histórias recordam-nos o melhor e o pior de todos nós e do nosso mundo, histórias que com uma voz bela que nos despertam enquanto nos confortam, relembrando que a vida está recheada de possibilidades. Gostei muito.

Da mesma autora:
Estarás Sempre ComigoOpinião
Sempre Que Dizemos Adeus Opinião

Título: Um Amor Perdido
Autora: Anna McPartlin
Género: Romance; Drama


1 comentários :

Elphaba disse...

Obrigado pelo feedback Vanda :)
Depois tens de me dizer se gostaste. Eu sugiro que comeces pelo primeiro "Estarás Sempre Comigo", que é lindo, apesar de não haver ligação entre as histórias.

Beijinhos & Boas leituras*

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