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A Elphaba...

Adoradora de literatura em geral.
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terça-feira, 28 de julho de 2015

Sinopse:
A Terra foi invadida por extraterrestres - os Outros -, que têm como único objetivo o extermínio de toda a população do planeta. Sem aviso, lançaram quatro vagas de destruição que devastaram parte da humanidade. Cassie Sullivan e os seus companheiros contam-se entre os poucos que sobreviveram.
Agora, com a espécie humana quase extinta e com uma quinta vaga em marcha, os jovens têm de tomar uma decisão crucial: enfrentar o duro inverno e ficar à espera que Evan Walter regresse, ou partir à procura de mais sobreviventes antes que o inimigo se aproxime demasiado - porque o próximo ataque é mais do que possível, é inevitável. Ninguém é capaz de prever até onde os Outros podem descer, nem estes sabem o quanto a humanidade se pode erguer.


Embora eu não seja muito influenciada quanto a feedbacks positivos ou negativos, pois interessa-me muito mais ler uma opinião que me dê uma imagem sobre aquilo que posso encontrar numa história, confesso que fui para esta narrativa de pé ligeiramente atrás. Uma menina em quem confio, muito, esperava mais da mesma e eu confesso-vos que só o seu tamanho reduzido, em comparação com o livro anterior, me apertou o coração. Mas adivinhem? Adorei e a conclusão é a que mantenho desde sempre. Apesar de ser excelente trocar opiniões sobre livros, o acto de ler é íntimo e solitário (a não ser que seja feito como no seu início, em voz alta), e isso é visível na sua avaliação e interpretação. É no facto de sermos tão singulares entre pares que reside parte da magia, do poder, de uma história e eu duvido, sinceramente, que duas pessoas pensem exactamente o mesmo sobre o todo de uma história.

Agora que sabem como me sentia antes de começar a ler, passemos ao que realmente importa.
Mais que tudo, este livro foi uma grande surpresa e tal deveu-se ao facto de eu não estar completamente recordada de alguns pormenores da A 5.ª Vaga e de como e onde havia terminado, com todos os pormenores e toda a bagagem das suas personagens, sempre intensas, que isso implica. Ainda assim, graças à escrita lindíssima de Rick Yancey, a sua prosa é maravilhosa mesmo, senti-me motivada a continuar e, decidida a ir juntando as pontas soltas deste universo pós-apocalíptico durante a leitura, o resultado foi muito além do expectável.

Ao iniciarmos O Mar Infinito todos os seus intervenientes estão completamente destruídos, física e psicologicamente. Eles já estavam quando os conhecemos pela primeira vez, é verdade, mas as coisas foram piorando com a adensar da trama e agora, num foge e esconde arrepiante e com toda a informação que foram conseguindo sobre o que está a acontecer, estão piores que nunca. Já não é apenas Cassie que está no limiar da lucidez, Zombie, Teacup ou Sam são também eles resultados disfuncionais desta realidade futurista que, segundo após segundo, corrompe o que resta da humanidade e ameaça destruir a Terra tal como a conhecemos.
Resumindo muito sucintamente o enredo sem spoilers, vão acima de tudo assistir a um colapso emocional de muitas personagens e a uma consequente metamorfose das mesmas, quando confrontadas com mais situações limite. Igualmente, vão receber muito mais informação sobre estes intervenientes, sobre os seus passados, bem como a respeito desta invasão dos Outros o que, por sua vez, principia uma reviravolta que nos prepara para o próximo título, o último desta trilogia. 

Sinceramente, continuo a gostar imenso da Sullivan e mesmo que tantas vezes pareça que lhe está a dar a Dorothy eu tenho-a em grande estima. Aquela jovem acreditou, piamente, ser o único ser vivo do planeta, perseguida e vigiada constantemente por existências invisíveis e, depois disso, ressuscitou literalmente de uma depressão profunda para voltar a tentar ser uma identidade social num núcleo que lhe é estranho. Ela tem todos os motivos para agir anormalmente, sem falar daquilo porque todos passaram, assistindo à morte e ao enlouquecimento dos seus entes queridos, vendo-se transformados em carne para canhão e o tudo resumido a nada.
No entanto, apesar de adorar a Cassiopeia, estou perfeitamente consciente que agora há outros protagonistas que se destacam e merecem também eles elevada atenção. Evan, de quem não falei na opinião anterior para não dizer o que não devia, melhora consideravelmente porque finalmente descobrimos o que representa – já nem tudo é incerteza e desconhecido, há revelações e mais revelações – e ele é sem dúvida uma das imagens do herói, juntamente com o Zombie. E a grande estrela é, efectivamente, Ringer, outrora já interventiva mas que neste momento acompanhamos como narradora, oferecendo-nos a oportunidade de a conhecermos profundamente. O seu passado e o seu presente revelam-se perturbadores e a forma como acabam por influenciá-la na actualidade, como o autor joga com isso e aquilo traçou para si é brutal. Ela é imensa, acreditem.
Enfim, grande parte da história e a forma como ela chega ao leitor está extremamente influenciada pelo psicológico dos intervenientes, pela sua capacidade de sobrevivência e, acima de tudo, pela maneira como são manipulados. Até à data, só Dumbo permanece coerente neste jogo de atrocidades que estão mais apuradas que sempre.


No que respeita a temáticas, não creio poder aprofundar muito a questão, para não contar demasiado, mas em linhas gerais continua tudo a girar em torno do fim do mundo como o conhecemos, o que leva a retrospectivas e valorizações respeitantes ao que a Terra nos oferece hoje e a forma exaustiva como exploramos os seus recursos sem a preocupação com o dia de amanhã.

Um ponto muito positivo vai para a forte abordagem ao género da obra, ficção científica, aqui trabalhado com esmero e apoiado numa base credível. A manipulação cerebral é foco de maior atenção, assim como nanotecnologia.
Aproveito para salientar ainda que, no seguimento do que aconteceu anteriormente, a violência continua a ser levada ao limite, principalmente a nível visual – os miúdos e graúdos sofrem para caramba.

Antes de terminar, uma ovação imensa para a estrutura do texto – e não estou a falar dos capítulos intercalados entre personagens, embora estejam bons, oferecendo vários prismas dos mesmos acontecimentos – mas sim da forma como as promessas se transformam em carmas e os eventos em ciclos repetitivos, viciantes, em que uma e outra vez assistimos a algo acontecer e ficamos pasmados com o paralelismo entre cenas anteriores. É um trabalho magnífico, na minha opinião.
Portanto, muitos fios se tecem e muitas vidas se perdem neste enredo, tão centrado nas figuras principais, marionetas, como na maquinação que está por detrás de tudo aquilo que me cativou inicialmente. Estou, obviamente, a roer as unhas pela continuação.

Esta é uma aposta muito feliz por parte da Editorial Presença para todos os fã de ficção científica, em particular YA, bem como para os adeptos de distopia que, em boa hora, começam a expandir os seus horizontes para novas literaturas.

Da mesma trilogia, no blogue:
A 5.ª VagaOpinião

Título: O Mar Infinito
Autor: Rick Yancey
Género: FC; YA
Editora: Editorial Presença

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